frase. /nove.



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# se não existisse eu inventaria.! <3


um dedo de prosa [45]



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Ele: o chocolate estava gostoso.
Ela: que bom.
Ele: merece até um beijo.
Ela: cadê?!
Ele: o beijo?!
Ela: não, o agradecimento.
Ele: é tudo a mesma coisa.


firma mentos


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Sentimento é sentir o pensamento.
Pensamento que guarda o sentimento.
Enquanto a saudade traz o complemento.


página um.



Era mais um dia de inverno, mas no lugar onde eu moro o inverno não é bem inverno e sim uma folga do sol escaldante. Então, resolvi ir caminhar na praia, gosto de sentir o vento gelado no rosto. 

Foi quando meus olhos a avistaram, não acreditava que era de fato ela, passei as mãos nos olhos, limpei o óculos e olhei novamente. Sim, era ela. Senti que minhas pernas estavam bambas e minhas mãos estavam começando a gelar. Ela usava uma bermuda jeans desfiada, uma blusa com a estampa de um desenho animado, um chinelo preto, uma mochila, óculos de grau e cabelos ao vento. O lugar era estranhamente conhecido, já tinha ido lá com ela. A lembrança vagava pela minha mente, ou melhor, ocupava meus pensamentos. 

Aquilo parecia mais uma cena de filme. Fiquei na dúvida se deveria ir até lá e conversar, talvez ela estava acompanhada, do namorado ou até mesmo do marido. Na última vez que tentei procurá-la, fiquei sabendo que ela havia se mudado e estava morando com um rapaz. Na ponta de minha língua havia várias perguntas, queria saber por onde ela andou, o que ela estava fazendo, o que ela tinha feito e por que sumiu. O medo era visível em meus olhos, mas mesmo assim me aproximei. Chegando por trás dela, eu disse: 

- Olha só quem o vento me trouxe. 

Assim que ela se virou, meus olhos brilharam e percebi que estava sorrindo. 

- O vento nem sempre traz coisas boas. 

Foi então que a tarde ganhou um brilho maior, assim que ela abriu o sorriso e deu uma gargalhada - pela qual eu sempre fui inteiramente apaixonado. Ela abriu os braços e me abraçou, um abraço calmo e forte. Seu cabelo tinha o mesmo cheiro e sua pele estava ainda mais macia. Eu teria ficado ali por horas, mas ela logo se afastou e me olhou nos olhos. 

- Acredita se eu disser que estava te chamando pelo pensamento?! 

- Talvez. Como você está?! Se mudou pra cá?! Tá só de passagem?! Veio sozinha?! 

- Desse jeito você ficará sem ar, respira e faça uma pergunta de cada vez. 

- Me desculpa. 

Abaixei a cabeça e senti minhas bochechas queimar, não sei o que havia acontecido, ela sempre me fez perder o controle. 

- Não tem problema. Eu estava com saudade. 

- Posso fazer uma pergunta?! 

- Você já fez. 

Disse isso e fez uma careta. Não era possível, ela ainda era a mesma e com as mesmas manias. 

- O que quer saber?! 

- Veio com quem?! 

- Ah, eu vim com a Ana, ela veio participar de um congresso e eu resolvi passear um pouco. 

- Hum, ela está no congresso agora?! 

- Está sim, por isso resolvi caminhar um pouco. 

- Quer ir tomar um café comigo?! Conheço um ótimo lugar. 

- Vai pagar?! 

- Posso pensar no caso. 

- Já é um começo. Quero sim.

com (in)sulta.

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- robert?! Ro-ber-t?! RO-BER-T?!
(silêncio)
- MELDELS, CADÊ VOCÊ HOMI?!
(silêncio parte II)
- acho bom você aparecer, porque caso contrário eu ...
- o que você vai fazer?!
- ONDE VOCÊ ESTAVA?!
- pra começo de conversa, PÁRA DE GRITAR porque não tô surdo.
- ainda.
- o que você disse?!
- nada.
- espero que esse escândalo todo não seja pra dizer que você bateu um novo recorde naquele jogo idiota.
- tem alguém sem humor por aqui ou é impressão minha?!
- me desculpa, batata doce. o que te traz aqui depois de tanto tempo?!
- problemas de mulherzinha.
- então deita aí e me conta tudo com detalhes.
- eu já estou deitada, cadê seus óculos?!
- já começou a contar?!
- você sempre apressado, por isso margarida lhe deu um pé na bunda.
- mas não sou que estou com problemas de mulherzinha.
- você não tá ajudando.
- ele não te procura mais, né?! ele fingi que você não existe e agora você tá arrependida por ter sido tão lerda.
- você sempre me poupa o tempo.
- é pra isso que eu existo - se começar com aquela coisa de que eu não existo, te deixo falando sozinha.
- mas eu já estou fazendo isso, brincadeira.
- o que eu posso fazer por você?!
- você bem que poderia existir de verdade, porque eu tô carente de companhia.
- eu já existo, mas o que você procura eu nunca poderei te oferecer. aceita um sorvete?!
- de chocomenta e da sorveteria da praça?!
- de chocomenta, da sorveteria da praça e com direito a uma lua cheia.
- as damas primeiro.
- você não é ave maria mas anda cheia de graça.
- eu te amo.
- você se ama.
(barulho de alegria)


ato quarenta dois.


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As pessoas tentaram me fazer acreditar que eu tinha domínio sobre você, que quando eu precisasse você estaria sempre do meu lado, pronto pra me emprestar seus ombros, hoje vejo que fiz bem em não acreditar nelas, porque né. Não vou dizer que me arrependi de ter abaixado a guarda, porque eu precisava provar pra mim que eu era capaz de sentir algo de verdade, por alguém que estava ao meu alcance - estava, porque não tá mais. Relaxa, não vou pedir pra você voltar e muito menos para que tudo volte a ser como antes. Eu poderia dizer que já vi esse filme uma vez, mas quando o filme passou eu estava imune a esse sentimento que me faz lembrar de você todos os dias. Talvez seja a lei do retorno, talvez eu tenha feito você de besta e agora tô recebendo a minha paga. (que seja)! Interessante é passar por tudo isso sem ser perturbada pelo arrependimento, porque as coisas aconteceram no tempo certo - um certo atrasado. Não é questão de escolha, as coisas só acontecem e não mandam um aviso prévio. Eu confesso que gostaria muito que aquelas pessoas estivem certas, porque perder você nunca fez parte do plano.

com e junto.


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Demorei para perceber, mas percebi. Notei que eu não gosto de você ou de mim, gosto da gente. Da composição que somos quando estamos juntos, mesmo na distância - fisicamente falando. É isso o que me traz um sorriso ao amanhecer e uma esperança ao deitar. Não, você não é o dono dos meus pensamentos ou dos meus sentimentos, do mesmo jeito que eu não sou sua dona. Somos donos, juntos, tipo sócios. Com direito a cem porcento dos lucros, das despesas, dos investimentos e do amor. Que seja sempre assim, não quero que você receba só a metade das coisas e também não quero só uma parcela, quando juntos podemos ter tudo. Por que as pessoas ao invés de querer dividir as coisas, elas não somam ou multiplicam. Andar junto, viver junto, correr junto, sonhar junto e dormir junto. É quando o menos é mais e o mais nunca é demais. 


sila e êncio.

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O silêncio nunca fez parte da minha vida, porque eu sou feita de música. O silêncio sempre me desconcentra, leva para longe minha linha de raciocínio - isso quando eu tenho alguma - e traz maus pensamentos. Mas, dizem que as coisas mudam e que experiências estão aí pra gente experimentar, certo?! Cá estou, tentando escrever no silêncio, ou seja, sem música - porque silêncio de verdade eu só encontro na madrugada, quando meu irmão desliga a televisão e o fluxo de carros no asfalto se reduz a quase zero. Não tô afim de vir com aquela lorota de que tô sem assunto, sem inspiração, que minha vida de blogueira tá por um triz ou coisa assim. O fato não é a falta de assunto, e sim a falta de argumentos pra assuntar sobre algo. Pode não parecer ter a ver uma coisa com a outra, e talvez seja isso mesmo. Frases sem contexto, jogadas uma do lado da outra e prontas para se tornarem um texto. Daí, eu pergunto: - um texto  não precisa de começo, meio e fim pra existir?! (que seja)! Quando o blog é seu, você faz dele o que você quiser, escreve sobre o que quer, do jeito que quer - só não vale aqueles idiomas de abreviações e analfabetismo, porque né - e fim. Às vezes, os olhares de terceiros nos leva para longe do nosso alvo. Porque temos o péssimo costume de querer agradar aos outros, na esperança de ganhar um comentário ou um elogio. 
(eu não disse, o silêncio sempre me desvia do assunto, mesmo quando o mesmo não existe)

ato quarenta quatro.



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Eu sei, seria muito mais fácil e prático eu abrir mão de você. Afinal de contas, você já deve tá acostumado com isso, né?! Não é qualquer um que se aceita a lutar por uma pessoa. O mundo anda estranho e mais estranho ainda são as pessoas que nele vive. Fato é, que eu não quero abrir mão de você e eu não irei fazer isso. Sei que posso fraquejar às vezes, mas te prometo que irei me reerguer e estenderei as minhas mãos para ti. Acho que a guerra começou antes deu chegar, mas isso não é problema. Eu irei me adaptar, irei me armar, quer dizer, eu irei te amar. Porque eu acredito que o amor cura e traz esperança. Não, isso não é uma promessa, isso é um compromisso. 

'Melhor sermos dois do que um (...) porque se um cair o outro levanta.' (Ec 4.9-10)

faixa 64.

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- você me faz tão bem ()


de talhe.



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todos foram ou estão indo pra cama, enquanto a preguiça de dormir me domina. nessa hora eu sinto vontade de escrever até o sol nascer, mas isso nunca acontece. desde que ele saiu da minha vida eu nunca mais virei a noite, talvez ele fosse meu energético. com tanto assunto pra assuntar e olha eu lembrando do passado?! antigamente eu sentia vontade de formatar minha mente, para me esquecer de lembrar dessas lembranças, mas o que seria de mim sem elas?! eu sei, seria completamente vazia e oca. ( nesse momento eu faço uma pausa, pra tentar acompanhar a playlist que tá tocando ) acho que é aceitável sentir saudade do passado, né?! por favor, não venha com aquela ladainha de que ‘quem-vive-de-passado-é-museu’ porque o objetivo de um museu é não deixar morrer as lembranças, o problema é que não existe uma seleção, daí mistura-se coisa boa mais coisa ruim e mais coisa tanto-faz. eu tenho o costume de imaginar o meu museu, começando pelas lembranças que eu tenho da minha primeira creche - principalmente da massinha azul e das balas jogadas pelos trocadores-de-ônibus -, indo até as lembranças da faculdade - do meu vício por nute e fandangos de queijo - e não deixando de fora a minha formatura da 8ª - minha primeira vez em cima de um salto. relembrar as coisas é tão bom, melhor ainda quando se existe uma música para cada situação - porque quando tudo chegar ao fim, são elas que vão te trazer de volta todos os sintomas e aromas daquele dia/noite/manhã/tarde. no começo eu achava que as coisas boa deveriam durar para sempre, que eu não me cansaria de ser feliz com elas e fim. daí, eu comecei a perceber que certas coisas - assim como alguns relacionamentos, comidas, filmes, livros - só são boas porque tem hora e data para acabar. não venha pensando que eu tô dizendo que só valorizo as coisas/pessoas quando acabam, mas que o real valor só é visto depois. quando sentimos falta mais vontade de chorar mais vontade de rir e uma gigantesca vontade de fazer o relógio girar ao contrário. se você é do tipo que se martiriza com isso, pelo amor desapega.! não, o passado não volta e o futuro nem sempre será uma cópia dele. eu gostava de imaginar como seria se eu tivesse uma segunda chance em certas situações, depois de um tempo eu percebi que agiria do mesmo jeito, porque essa sou eu. a gente não muda o que fez e nem o que faz, porque é assim e fim - mentira, depois de alguns socos na boca do rins, a gente aprende a ser gente. ( eu estava com saudade de mim, com saudade de escrever sem necessidade de usar letra maiúscula, porque eu sinceramente ODEIO usá-las, nada pessoal) talvez eu esteja assim porque é agosto e agosto é tipo um janeiro fora de época, cada um ganha uma chance de mudar o rumo que o ano tá tomando. olhamos para as coisas não feitas até a data de hoje, riscamos eles da lista e fazemos o juramento de nunca mais fazer lista ou planos. preciso dizer que isso é em vão, porque inconscientemente cada um tem um/uns desejo/s dentro de si, anceia por algo e quer alguma coisa - isso é tão humano, então só aceite. eu não parei para pensar no que eu já fiz ou deixei de fazer, tô guardando meu balanço geral para outubro - meu mês favorito, cada um tem o seu, né?!



gosto.


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há gosto
por desgosto
com o mesmo rosto
que no mês de agosto.