receita.



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caminhar,
a beira mar. 
observar,
o mar brilhar.
deixar,
a alma sossegar. 

ato noventa



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você pode não saber, mas você faz uma diferença na minha vida.
você pode não saber, mas você é importante pra mim.
você pode não saber, mas eu penso muito em você.
você pode não saber, mas eu te espero ansiosamente.
você pode não saber, mas você é o motivo daquele sorriso torto.
você pode não saber, mas é com você que eu quero ficar.
você pode não saber, mas é por você que eu estou insanamente apaixonada.
você pode não saber, mas é com você que eu terei filhos.
você pode não saber, mas é com você que eu casarei.
você pode não saber, mas você é o melhor abraço.
você pode não saber, mas aquela música é só pra você.
você pode não saber, mas você é a minha inspiração.
você pode não saber, mas só você sabe dos meus segredos.
você pode não saber, mas é com você que fico sem máscaras.
você pode não saber, mas isso tudo é pra você e por você. 

ora, pois.



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há tantas pessoas pra se encontrar, pra se conhecer, pra se abraçar, pra se beijar, pra se acarinhar, pra cuidar, pra se declarar, pra xavecar, pra passear, pra se ajuntar, pra se conjugar, pra se reencontrar, pra tentar, pra largar, pra conquistar, pra uma noite ou então pra vida inteira. 

(amém)

terceiro elemento.



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o dia-a-dia dos relacionamentos faz com que a convivência feita por dois dê origem a um terceiro elemento: a gente. você e a outra pessoa se misturam a tal ponto que não é possível distinguir quem é quem - tipo listra de zebra, que tu não sabe se são pretas com brancas ou brancas com pretas. aos poucos as manias de um são transferidas para o outro e vice-versa. a gente se torna quase que um só. os olhares falam mais que palavras. os códigos se tornam a língua materna. não há preocupação de não ser entendido. seu dialeto ganha mais confiança, já que você tem com quem partilhar. seu presente vai se fazendo futuro e queimando o passado solitário. 

ato cem catorze.




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aos dezessete anos eu colocava um ponto final no que viria a ser meu último relacionamento amoroso. diferente da maioria dos adolescentes-pré-jovens eu não planejava me envolver tão cedo com um outro alguém e assim tenho pensado até a data de hoje, sete anos depois. no começo do ano passado meu primeiro namorado subiu ao altar e logo veio a pergunta: quando será sua vez? e ao final do ano a pergunta se repetiu, quando meu (segundo) último namorado também subiu ao altar. minha resposta é sempre um sorriso amarelo e a desculpa de que não estou pronta pra sáscoisas. estar solteira não é sinônimo de infelicidade ou atestado de que há algo errado comigo - apesar disso ser verdade. aos poucos eu tô me aceitando mais, pra então conseguir aceitar alguém. claro que durante esses sete anos eu tive o que chamo de bagunça, umas que duraram meses e outras que foram só por uma noite. assumo que conheci um rapaz que me fez querer abrir mão desse jejum e partir pro relacionamento-sério, mas a distância não tornou isso possível e dai eu deixei o sentimento de lado - não que o sentimento tenha ficado de lado, entende? meus planos de janeiro dizem que não posso me envolver emocionalmente até dois mil e quinze e meu comportamento tem me ajudado bastante. tudo é uma questão de escolha e cada uma traz suas renuncias - já dizia o sábio - e eu só estou arcando com as minhas.

anota aí!



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vou escrever um livro, mesmo que ele nunca seja publicado.
vou escrever um livro com ilustrações de bonecos palitos.
vou escrever um livro, mesmo que ninguém compre.
vou escrever um livro, porque tem gente que merece ter um pedaço de mim, mesmo que na prateleira.
vou escrever um livro com páginas em brancas.
vou escrever um livro com meio, sem começo ou fim.
vou escrever um livro com teorias-baratas vestidas de crônicas.
vou escrever um livro contando um pouco das minhas bagunças sentimentais.
vou escrever um livro com rima, pra se ler debaixo pra cima.
vou escrever um livro, mesmo que ele seja só a impressão de alguns textos daqui.

vou escrever,
um livro.

cinquenta seis tons de amor.



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é com imensa vergonha que venho dizer que nem lembro mais qual foi a última vez que escrevi sobre a gente e pra gente. porque o dia doze de cada mês tem se passado tão rápido e quando eu me dou por mim já trocou de roupa pra virar treze. (minhas condolências). 
fiquei escrevendo e apagando ... escrevendo e apagando, porque estava com medo de já ter se esgotado todas as palavras e expressões de afeto. mas sempre há algo a se dizer, nem que seja pra lembrar o quanto eu amo você.
há quarenta-quatro meses atrás eu estava vestida de Elis e escrevendo sobre nosso primeiro aniversário e hoje me alegro em perceber que nosso X só tá aumentando! (rins sorrindo) dai que relendo o texto eu notei que sonhos realmente podem ser mudados ... (suspiros de ansiedade).
dai eu fui olhar meu acervo e descobri que eu só comemorei - publicamente - nosso aniversário só no primeiro ano (espaço pra mais um pouco de vergonha). comecei a me sentir uma péssima pessoa, até que encontrei outros textos que te escrevi, como esse daqui - quando eu tinha um medo misturado com esperança. e voltando um pouco mais eu encontrei esse outro - sô uma fofa, né? ( ~riaria~ ) há ainda outros tantos por essa internet de meudeos, mas eu queria fechar com esse que é puro amor. ( alt + 3)
quantos planos já efetuados com sucesso! (para nooooossa aleeegriiiia)! e ainda temos uma lista tão grande pela frente. 
hoje eu não tenho mais aquele medo de antes, porque apesar dos pesares estamos aqui: firmes, fortes e se amando! obrigada por existir e por nos fazer existir.



'se cuida, ou vem pra cá. 

codinome.



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se não existe relacionamento, não existe ciúmes. porque ciúmes é não querer compartilhar quem é nosso com outra pessoa, dai que se a pessoa não é nossa como que vamos sentir ciúmes? o que rola na realidade é medo, medo de perder o que nem nosso é. medo de que outra pessoa seja mais corajosa que nós e arrisque ter o que era pra ser nosso. medo de que a pessoa desejada encontre em outros braços coisas que nós estávamos afim de oferecer e não o fazemos. medo de que o sorriso do outro seja mais atraente que o nosso, pois o nosso fica escondido atrás de uma máscara de ferro. medo ao se lembrar que outras pessoas sabem expor o amor e a gente só mostra dor ...

daquela conversa. /2



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'sabe que dia é hoje?' 'quinta-feira?' 'só?' 'seis de fevereiro?' 'e?' 'dia de comemorar!' 'comemorar o que?' 'vai dizer que tu esqueceu?' 'você sempre esquece!' 'mas quem perguntou o que era pra se comemorar foi você!' 'e ainda usa a mesma artimanha' 'há quanto tempo?' 'dessa vez você não me pega' 'tudo bem, eu deixo você me pegar' 'então assumi que esqueceu' 'que dia é hoje?' 'isso é uma pergunta?' 'sabia que você tinha esquecido!' 'até quando você vai esquecer?' 'até o dia em que você esquecer' 

sobra tanta falta. [2]



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meu coração, atualmente, tem formato de saudade. saudade do heitor, da vez que a gente andou pela paulista e tiramos fotas no ibirapuera. saudade da época em que eu era amiga da thamires e da nathinha. saudade das terças do chopp por um real. saudades de passar mais tempo no intervalo do que dentro da sala. saudade de ter assunto com o juliano. saudade das sessões-de-quarta que rolavam com o marcus e dos nossos abraços. saudade da viagem que fiz com a pâmella. saudade de trocar confidências com o eric. saudade de almoçar com o thon. saudade de ficar sem camisa pela casa sem me preocupar com os vizinhos ou parentes. saudade de comer purê com bacon, arroz com bacon e até do bacon no café. saudade de tomar capuccino com a lívia e o fashion. saudade de trocar de roupa só pra tirar fotas. saudade de morar em apartamento. saudade das caronas com o bruno e das longas conversas que tínhamos. saudade da época que malhação era legal. saudade de ficar no twitter e de contar minha vida pra estranhos. saudade de ir no cinema a tarde com a manu. saudade de sentir saudade do andré. saudade de quando natã fazia pipoca pra mim e massagem nos meus pés. saudade dos dias de passa à macedônia. saudade dos dias chuvosos ao lado do ju. saudade de ouvir as confissões do gustavo. saudade de quando as pessoas não transformavam tudo em página de facebook. saudade de enviar e receber cartas.
 saudades, há penas de saudade.

06 02 2014



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qualquer assunto que não seja calor,
que não envolva amor,
por favor.