faixa 73.



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- se for pra tudo dar errado, quero que seja com você! ()

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ato quarenta seis.



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Você é daquele tipo de carinha que quando eu olhei já sabia que iria rolar trocas … trocas de olhares, de mensagens e quem sabe de salivas. Porque você é daquele tipo feio que eu gosto e até começo achar bonito depois de algum tempo. Não, ainda não existe nenhuma música ou banda que me faça lembrar de você no meio do dia. Parece que todas as bandas e músicas que eu conheço já estão ocupadas pelos meus antigos casos, mas relaxa na boa que uma hora vai rolar e se não rolar melhor será. Pois se você for mesmo o carinha que eu penso que é, essa brincadeira não vai durar mais de três meses. Tá vendo, você descobriu o motivo, porque eu sou dessas que gosta de se auto-sabotar, que já pensa no fim antes mesmo de curtir o meio. Seu sotaque paulista me encanta, confesso. É tão legal ouvir você dizer goRdo ou compoRtado - sou capaz até de ouvir sua voz enquanto escrevo! É bom porque é uma coisa automática e não carregada, daí tu não fica com pinta de caipiRa, sacomé? (risos)


um dedo de prosa [55]



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Ela: irei me casar na Lua!
Ele: não esqueça de me convidar!
Ela: onde já se viu casamento sem noivo?
(oun)

ato cem e oito.




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a cada dia eu me afogo mais nesse mundo chamado: maior idade. mal acordo e meu dia já acabou, agenda lotada de compromissos, hora marcada até para escovar os dentes e o descanso só vem entre um intervalo e outro. a semana nem começou e eu já começo a me preocupar se terei tempo de fazer tudo na próxima segunda-feira. as horas se confundem com os minutos e eu fico perdida até com que dia é hoje - e olha que eu escrevo a data num quadro branco pelo menos quatro vezes! chego até pensar que minha memória está escorrendo pelos meus ouvidos. o tique-taque do relógio, que antes era uma coisa calma e controlada, agora faz mais barulho que uma escola de samba, de tão veloz! onde vou parar? quer dizer, eu vou parar? isso tudo vai parar? a pressa é tanta que já existe tempo para escrever as palavras por comple …


nove.




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A essa altura ela já estava no quarto, então só precisou se levantar da cama, colocar um short e pegar um casaco. Foi até o banheiro, para escovar os dentes e quase não reconheceu a imagem refletida no espelho, pois já havia esquecido do quanto a felicidade lhe caia bem. 
Ele ainda estava no sofá, apenas com a toalha presa na cintura. Ao invés de correr para o quarto e colocar uma roupa, ele ficou no mesmo lugar, relendo cada mensagem que ela havia lhe mandado. Se passaram quinze minutos, então ele resolveu mandar uma mensagem  antes de ir se arrumar.
Agora foi a vez dela de cronometrar o tempo e percebeu que ele demorou trinta e cinco minutos. Cinco minutos que valeram a pena esperar, porque ele parecia muito mais lindo agora do que há algumas horas atrás. 'Isso é possível, produção?' - seu subconsciente fazia cada pergunta besta. 
Ele saiu do carro e foi buscá-la na portaria.
- Sua mãe vai pensar que eu quero te sequestrar pra mim.
- E ela tá errada?
A risada dele combinava muito com a dela.
- O sol só nascerá daqui meia hora, até lá o que faremos?
- Ouviremos as estrelas conversarem.
- De qual livro você fugiu?
- De um bem chato que não tinha você!
Novamente ele abriu a porta do carro para ela. Foram para a praia pelo caminho mais longo e não ultrapassaram a velocidade de 40km/h.
Enquanto o sol nascia, ele a arrastou para perto da água. Era hora de colocar aquela última mensagem em prática, que dizia:
'quer ser minha?'