in capacidade.




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a dor que te assola o coração, infelizmente, eu não posso conter. o medo que te atormenta a mente, infelizmente, eu não posso deter. as preocupações que te tiram o sono, infelizmente, eu não posso evitar. as incertezas que tiram o chão, infelizmente, eu não posso calçar. as garantias que você está a procurar, infelizmente, eu não posso dar. o avesso que sua alma está, infelizmente, eu não posso consertar. a aflição que abraça seu espírito, infelizmente, eu não posso soltar.
mas eu posso ficar, te escutar e te preparar um café ou quem sabe um chá. 

vi adultos.


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assim como a construção de uma casa, nossos relacionamentos também precisam de uma base, vigas fortes e paredes sólidas. nada acontece do dia para a noite, é necessário algum tempo para que tudo fique em seu devido lugar, mesmo que esse tempo seja de uma semana. os próximos passos são cuidados, manutenções e zelo. assim como ninguém suporta por muito tempo uma casa com goteira, nossos relacionamentos também não podem continuar com baldes espalhados pelo chão só porque não temos tempo de consertar o telhado. as rachaduras nas paredes no coração comprometem a estrutura e quando o vento vir mais forte, tudo poderá vir ao chão. 
todos sabemos dos riscos que corremos dentro de uma casa condenada pela defesa civil, mas às vezes optamos por um lar condenado do que pela frieza dos viadutos. o mesmo ocorre com os relacionamentos, é melhor ter o coração rachado do que vê-lo se partir por completo. (será?)

daquela conversa. /4




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'nada vai mudar' 'e nada ficará do jeito que tá' 'isso é ruim?' 'não, só não é mais a mesma coisa' 'e por que o tom triste?' 'porque sinto saudade' 'eu também sinto' 'então podemos voltar pra antes da mudança?' 'não, mas podemos mudar alguns nadas' 'como assim?' 'assim, desse jeito' 'eu não entendo' 'não precisa entender, só sentir e aceitar' 'vai doer?' 'não mais do que já tem doído' 'doer menos não extingui a dor' 'é o que tenho pra oferecer' 'mas não é o seu melhor'.