um dedo de prosa [60]



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Ele: tá fazendo o que aqui?
Ela: vá cuidar da sua vida!
Ele: é justamente o que tô fazendo!
Ela: oi?
Ele: você é minha vida!

ato cem e trinta.



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minha saúde física nunca foi das melhores, os resultados de meus exames sempre deixaram minha Santinha preocupada e minha cabeça cheia dos medos. mas ainda sim eu nunca segui nenhuma dieta médica, sempre comi doce no lugar do feijão e ao invés de legumes eu comia pão. daí, há um ano eu decidi dar um giro de 90º na minha rotina alimentar: aboli o refrigerante! sim, até a coca-gelada-de-vidro. desde então minha Santinha incluiu o refrigerante na refeição de domingo, porque a vida gosta de testar nossos limites e nossas decisões. confesso que tive não uma e sim várias recaídas, porque não assinei nenhum contrato e não tenho nenhuma doença grave. mas entre uma queda e outra eu continuo longe daqueles líquidos gasificados. 
minha saúde mental também não fica atrás. já dizia os sábios antigos: mente vazia é oficina do capiroto. a minha nunca tá vazia, porque sô paranoica e tô sempre tendo diálogos que nunca acontecerão. invento estórias para escrever e por lá mesmo elas permanecem. tô sempre pensando em alguma coisa que eu deveria e queria fazer. monto planos e destruo sonhos. daí, que há algum tempo eu passei a me controlar. deixei de criar conspirações auto-destrutivas (isso existe?) e foquei mais nas músicas que gosto. hoje minha mente tá sempre ocupada por alguma trilha sonora, na dúvida eu ando de fones. é claro que tenho recaídas, porque né. o importante é não desistir, porque um sábio me ensinou que basta cada dia o seu próprio mal.
e o que dizer da minha saúde sentimental? há quatro anos eu me joguei num mar de pseudos-relacionamentos que se tornaram a minha zona de conforto e a minha desculpa-pronta. não assumo meu medo de compromisso e me escondo atrás de relacionamentos que só existem por algumas poucas horas. não entrarei no mérito de que isso acontece porque ainda não encontrei o carinha certo e blábláblá. foi então que resolvi abrir mão de toda essa bagunça. deixar que esses rapazes tirem a solidão pra dançar e encontrar um par. confesso que nem eu tô me dando muito crédito, porque já tentei fazer isso antes, mas agora tenho um motivo maior que me faz acreditar que agora vai! é hora de seguir em frente, de fato sozinha. chega de me esconder atrás de falsos sentimentos. tá na hora de fazer esse velho coração de barro bombear dores e amores!

uau, Berg!



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então, você já deve tá rindo do título e ao mesmo tempo suspirando 'oun' por causa da fota.
sua cabeça deve tá girando feito carrossel no dia de hoje, agradecendo a Deus por mais um ano e preocupado que o tempo tá passando e as coisas, aparentemente, continuam do mesmo jeito. como sempre te digo: RE LA XA! aproveite o dia de hoje, comemore tudo que você tem pra comemorar e me guarde um pouco de chá! seria muito maravilindo se a gente pudesse comemorar juntos, nem que fosse via skype que nem da outra vez, mas os tempos são outros. só quero que você saiba que estou daqui dando graças ao Autor da vida por ter colocado você nesse mundo, mesmo que ele tenha exagerado um pouco na distância. 
é tão lindo poder acompanhar o homem maravilhoso que você tá se tornando, mesmo com todas as dúvidas, dias de preguiça e procrastinação. minha prece é pra que você cresça e apareça, como deve ser! 
te desejo os melhores filmes, as melhores danças, as melhores músicas, todos os milagres, os maiores sorrisos, todos os girassóis, os melhores abraços, o melhor casamento, a melhor esposa (sei que Day irá cumprir bem esse papel!) e não desejarei as melhores amigas, porque isso você já tem! ~bico-do-berg~
felicidades, meu peixinho dourado! 

amo você, VEM BERG! <3
(riaria)

frase. /dezenove



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#  há diferenças que veem para o bem, só não se sabe de quem.

ato cem e vinte.



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você se gaba da sua independência e eu me deixo ser cuidada por quem quiser cuidar. você se tornou adulto antes mesmo de chegar a maior idade e eu sou apenas uma jovem adulta que se comporta como uma pré-adolescente. você é completamente resolvido e eu estou sempre me perguntando quem sou. você se apressa quando tem que atravessar a rua e eu fico aguardando o sinal parar. você faz da sua diversão uma profissão e eu quero só me divertir. você se acha suficiente e eu me apoio na fé pra seguir em frente. você disfarça os sentimentos e eu finjo que eles nem existem. você é assim e eu sem suín. 

capítulo um.



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emília chegou na cidade com um pensamento diferente da grande maioria, ela não veio atrás de um emprego ou de uma faculdade. ela queria era fugir da realidade que existia dentro de sua casa, estava cansada de viver entre o fogo cruzado dos pais, não aguentava mais ter suas coisas reviradas por sua irmã mais velha e o ar puro estava lhe estragando os pulmões. emília não queria amor, não queria dinheiro e muito menos sossego. ela queria a poluição sonora da cidade, queria sentir as narinas arderem diante da fumaça que vazava dos canos de cada veículo que passava na avenida, ansiava pela loucura de passar um terço do dia dentro de um ônibus lotado, procurava pela correria do dia-a-dia que impede a qualquer um de notar a flor nova que brotou no jardim da praça. ela parecia louca, mas sabia bem o que queria e como queria. era seu primeiro dia na selva de concreto e com certeza não seria o último!

com amor e com afeto.



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obrigada, 
obrigada por voltar, bagunçar e aumentar o buraco que estava na minha alma.
obrigada por sempre fazer isso.
obrigada por me prender e me afogar junto com você.
obrigada por só aparecer quando quer e não quando eu preciso.
obrigada por ignorar minhas mensagens e sinalizações. 
obrigada por me amar em silêncio e de um jeito egoísta. 
obrigada por essa merda toda que tô sentindo.
obrigada por sumir e me deixar nos braços da saudade.
obrigada, querido.
óh, 
briga
da.

nu com a mão no bolso.



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é que quando a gente chega nesse mundo, não nascemos pelados somente pela falta de roupa, a nossa nudez ela é completa, chegamos aqui completamente despidos! despidos de: roupa, preconceito, vergonha, timidez, inveja, ciúme, pudor, soberba, orgulho, vaidade, hipocrisia, vício, mania, preguiça, fome, sono, recalque, cobiça, medo, trauma, estilo, religião, problema, cacoete, desejo, luxúria, avareza, prepotência e etecetera/et cetera/ ... então os dias vão se passando e cada um traz consigo uma dessas roupas e cabe a nós a escolha de usá-las ou não, anota aí.


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Ele já chegou dizendo:

-Tá usado, lambuzado, abusado, descartado, remendado, xingado, humilhado, sujado e é só que eu tenho para te oferecer, o que me diz?!

Ela não perdeu tempo pensando numa resposta comprada, respondeu prontamente:

- Digo que você deveria comprar um novo.

há braços.



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ela o ama, já até o confessou isso. ele também cultiva um certo sentimento por ela. juntos eles são como promoção-de-farmácia, pegue um e leve o outro. a saudade começa a palpitar logo quando a porta se fecha. mas não é o tempo deles ficarem juntos juntos, vai vê esse tempo nunca há de chegar. entre idas e vindas lá estão eles abraçados. o abraço até trocou de significado depois que ela o conheceu. ambos são carentes e ambos possuem um carinho que não se encontra em qualquer lugar. assim são eles: carinhos, beijinhos, abracinhos e sozinhos ...