ato cem e trinta.



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minha saúde física nunca foi das melhores, os resultados de meus exames sempre deixaram minha Santinha preocupada e minha cabeça cheia dos medos. mas ainda sim eu nunca segui nenhuma dieta médica, sempre comi doce no lugar do feijão e ao invés de legumes eu comia pão. daí, há um ano eu decidi dar um giro de 90º na minha rotina alimentar: aboli o refrigerante! sim, até a coca-gelada-de-vidro. desde então minha Santinha incluiu o refrigerante na refeição de domingo, porque a vida gosta de testar nossos limites e nossas decisões. confesso que tive não uma e sim várias recaídas, porque não assinei nenhum contrato e não tenho nenhuma doença grave. mas entre uma queda e outra eu continuo longe daqueles líquidos gasificados. 
minha saúde mental também não fica atrás. já dizia os sábios antigos: mente vazia é oficina do capiroto. a minha nunca tá vazia, porque sô paranoica e tô sempre tendo diálogos que nunca acontecerão. invento estórias para escrever e por lá mesmo elas permanecem. tô sempre pensando em alguma coisa que eu deveria e queria fazer. monto planos e destruo sonhos. daí, que há algum tempo eu passei a me controlar. deixei de criar conspirações auto-destrutivas (isso existe?) e foquei mais nas músicas que gosto. hoje minha mente tá sempre ocupada por alguma trilha sonora, na dúvida eu ando de fones. é claro que tenho recaídas, porque né. o importante é não desistir, porque um sábio me ensinou que basta cada dia o seu próprio mal.
e o que dizer da minha saúde sentimental? há quatro anos eu me joguei num mar de pseudos-relacionamentos que se tornaram a minha zona de conforto e a minha desculpa-pronta. não assumo meu medo de compromisso e me escondo atrás de relacionamentos que só existem por algumas poucas horas. não entrarei no mérito de que isso acontece porque ainda não encontrei o carinha certo e blábláblá. foi então que resolvi abrir mão de toda essa bagunça. deixar que esses rapazes tirem a solidão pra dançar e encontrar um par. confesso que nem eu tô me dando muito crédito, porque já tentei fazer isso antes, mas agora tenho um motivo maior que me faz acreditar que agora vai! é hora de seguir em frente, de fato sozinha. chega de me esconder atrás de falsos sentimentos. tá na hora de fazer esse velho coração de barro bombear dores e amores!

Um comentário:

Isadora Peres disse...

Ah, Fran! Nem sei por onde começar este comentário!

Ao meu ponto de vista, seu texto também deu um giro de 90 graus. E, olha, que giro mais delicioso de se ler. Adorei que no final você se coloca disposta e afim de encarar como você é, seus sentimentos, e por mais difícil e dolorido que seja, pegar as rédeas da sua vida de fato.

Entendo como é esse sentimento. Porque por longos dois anos me vi presa em um pseudo-relacionamento que só existia pela minha parte. Unilateral, nem sei se isso pode ser chamado de relacionamento. E depois que botei um basta naquilo, procurei vários outros pseudo-relacionamentos que pudessem suprir o primeiro. E esse ano seguinte também foi sofrido, dolorido. Até que eu abri mão de toda essa besteira que eu queria manter por perto. E me vi sozinha. Disposta a encarar a minha vida da forma como eu desejasse. E depois de um tempo me achando e perdendo comigo mesma, me apareceu um amor tão saudável, mas tão saudável, que não sei como te explicar tudo isso.

Bom, minha linda, sei que não é fácil. É tipo parar de beber refrigerante. Tem dias que não sabemos como vamos viver sem uma coca-gelada-de-garrafa-de-vidro. Mas, vivemos.

(não bebo refrigerante faz uns bons meses, acho que uns 4.)

Beijos, minha linda! E força por aí! Você é tão forte, consigo ler em suas palavras =)