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Era mais um dia de inverno, mas no lugar onde eu moro o inverno não é bem inverno e sim uma folga do sol escaldante. Então, resolvi ir caminhar na praia, gosto de sentir o vento gelado no rosto.
Foi quando meus olhos a avistaram, não acreditava que era de fato ela, passei as mãos nos olhos, limpei o óculos e olhei novamente. Sim, era ela. Senti que minhas pernas estavam bambas e minhas mãos estavam começando a gelar. Ela usava uma bermuda jeans desfiada, uma blusa com a estampa de um desenho animado, um chinelo preto, uma mochila, óculos de grau e cabelos ao vento. O lugar era estranhamente conhecido, já tinha ido lá com ela. A lembrança vagava pela minha mente, ou melhor, ocupava meus pensamentos.
Aquilo parecia mais uma cena de filme. Fiquei na dúvida se deveria ir até lá e conversar, talvez ela estava acompanhada, do namorado ou até mesmo do marido. Na última vez que tentei procurá-la, fiquei sabendo que ela havia se mudado e estava morando com um rapaz. Na ponta de minha língua havia várias perguntas, queria saber por onde ela andou, o que ela estava fazendo, o que ela tinha feito e por que sumiu. O medo era visível em meus olhos, mas mesmo assim me aproximei. Chegando por trás dela, eu disse:
- Olha só quem o vento me trouxe.
Assim que ela se virou, meus olhos brilharam e percebi que estava sorrindo.
- O vento nem sempre traz coisas boas.
Foi então que a tarde ganhou um brilho maior, assim que ela abriu o sorriso e deu uma gargalhada - pela qual eu sempre fui inteiramente apaixonado. Ela abriu os braços e me abraçou, um abraço calmo e forte. Seu cabelo tinha o mesmo cheiro e sua pele estava ainda mais macia. Eu teria ficado ali por horas, mas ela logo se afastou e me olhou nos olhos.
- Acredita se eu disser que estava te chamando pelo pensamento?!
- Talvez. Como você está?! Se mudou pra cá?! Tá só de passagem?! Veio sozinha?!
- Desse jeito você ficará sem ar, respira e faça uma pergunta de cada vez.
- Me desculpa.
Abaixei a cabeça e senti minhas bochechas queimar, não sei o que havia acontecido, ela sempre me fez perder o controle.
- Não tem problema. Eu estava com saudade.
- Posso fazer uma pergunta?!
- Você já fez.
Disse isso e fez uma careta. Não era possível, ela ainda era a mesma e com as mesmas manias.
- O que quer saber?!
- Veio com quem?!
- Ah, eu vim com a Ana, ela veio participar de um congresso e eu resolvi passear um pouco.
- Hum, ela está no congresso agora?!
- Está sim, por isso resolvi caminhar um pouco.
- Quer ir tomar um café comigo?! Conheço um ótimo lugar.
- Vai pagar?!
- Posso pensar no caso.
- Já é um começo. Quero sim.
7 comentários:
Não me canso de ler suas palavras, Fran. São tão adocicadas *-*
"- Vai pagar?!" - menina de atitude, gostei dela hahaha
:*
Tem uma amiga minha, que não vou dizer quem é, que não me falou o que achou do cd. Será que odiou? Será que me xinga pela questão musical?
kk
Eu amo a sua escrita menina. Já comecei gostando *-*
Oun.. doidinha de vontade de ler as outras partes ;)
Tá escrevendo lindo e o blog, tá mais que lindo.
belo conto, intenso, adorei, lindo blog. estou seguindo.
Own *_*
Primeira vez em seu blog e me amarrei de cara!
Seu texto é incrível, vc descreve de uma forma que prende a gente, de uma forma tão simples e fofa! Admiro muito isso!
Curti muito!
Já virei fã e estou te seguuuiiindo!
Queria muito saber o que aconteceu depois, apesar de que já tenho uma ideia HAHAHAHA
Bjuuuus
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