Your destiny may keep you warm.

 


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estou a alguns passos de um novo ciclo e o inferno astral tá naquele pique. a mente fervendo de questionamentos e receios, será um ciclo com grandes realizações e eu não tô tendo estômago para suportar tamanha ansiedade - um combo de refluxo & gastrite que não tem omeprazol que dê conta.

o ciclo 34 trouxe tanta reviravolta que se rolar mais uma eu viro vilã. na verdade, acho que eu já virei pra alguns. foi o ciclo que eu realmente aprendi a dizer não e estabelecer limites que protegem a minha saúde - física, mental e espiritual. resolvi quebrar a minha máquina-de-agradar-e-ser-legal. parei de ser tão disponível e percebi que quem quer ajuda tem que saber pedir. aceitei que as relações mudam e nem sempre isso é significado de fim - ainda tô em fase de teste, mas tô indo. confirmei que respeitar os processos de aprendizagem me permite perceber o quanto eu aprendi e avancei. retomei o prazer da escrita sem a cobrança de trocentas produções. priorizei tempo de leitura e isso me rendeu todos os troféus no skoob. acolhi as minhas dores e me permiti chorar em qualquer lugar - porque segurar lágrimas não estava sendo saudável. 

eu sempre fui uma pessoa saudosa, que gosta de visitar o passado e reviver algumas lembranças. mas no próximo ciclo eu vou levar o melhor aprendizado que desbloqueei:  nenhum passado vai me compensar as vivências que só o presente me proporciona. 

k.o.


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o último dia 13 foi nosso décimo-aniversário-de-match-no-tinder. (sim, meus olhos já estão marejados e acredito que assim será sempre que eu for falar de nós). nossa relação tá longe de ser perfeita, mas como ela me curou de tantas dores e traumas. são dez anos de uma amizade que me sustenta e me incentiva a ir atrás do que eu quero, mesmo quando eu nem acredito que vou conseguir. eu sou conscientemente apaixonada por você e ainda mais por quem somos juntos. somos as conquistas dos que vieram antes de nós, juntos já quebramos tantos ciclos - sejam eles de violência, de escassez, de falta de oportunidade, de comodismo, de desrespeito. 

a minha reza segue sendo a mesma: que a gente siga se escolhendo todos os dias. principalmente naqueles que colocam luz nas nossas dificuldades. que haja esforço para continuar, para assumir os erros e nos perdoar. amém.

nossa relação tem sido meu lar e é o meu lugar favorito, amo você passarinho. 💚💙

seguir, pois tenho:

 


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 reels engraçados e motivais que recebo no meu direct. um grupo de amigas pra fofocar, partilhar e acolher. uma sobrinha que tá virando adolescente e eu preciso acompanhar mais essa fase. uma gata chamada Mafalda que ODEIA pessoas mas sempre me faz massagem. uma jornada de trabalho que me permite ter uma vida fora dele. consultas regulares com uma psicóloga maravilhosa. um gato chamado Marvin que sempre me responde quando eu falo com ele. um marido funcional que tá sempre disposto a realizar meus sonhos. um afilhado super esperto. futuros sobrinhxs por parte das minhas amigas. uma gata chamada Melina que aprendeu a gostar de carinho e mia que nem bebê (ela já tem mais de 5 anos). máquinas para produzir os cadernos que vão me permitir trocar de emprego. um catatau de livros no meu kindle. uma gata chamada Princesa que é uma máquina de ronronar. um lorenzetti que me permite banhos escaldantes no fim do dia. pijamas confortáveis que posso ir onde eu quiser. mais 8 mil fases vencidas no candy crush. uma gata chamada Shuri que é puro charme e chamego. uma lista de filmes&séries pra assistir ainda nesse plano. viver é muito bom.

um pouquinho mais.


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às vezes, eu me leio e fico espantada de como eu consigo me fazer entender por meio das palavras. às vezes, eu me leio e fico agradecida por ter me dado oportunidade de expandir os pensamentos para além do meu próprio umbigo. às vezes, eu me leio e me pergunto como ainda não perceberam que eu sou uma grande fraude. às vezes, eu me leio e questiono onde eu poderia ter ido se o medo não tivesse me paralisado. às vezes, eu me leio e percebo que ainda mantenho algumas manias (vide o ponto no início e as letras minúsculas). às vezes, eu me leio e eu queria que tivesse mais pra ler. 

to run.



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o último radar ficou para trás, agora posso acelerar o quanto eu quiser e o carro aguentar. o velocímetro começa a girar, saindo do limite de 80km/h e indo em direção a casa de três dígitos. a reta é curta e em apenas alguns metros uma curva acentuada me aguarda. mas e se eu quiser ir reto, me encontrar com a mureta e deixar que ela conduza o destino final. quantas voltas no ar eu consigo antes de cair de casco ao contrário? será que o barulho seria alto suficiente para silenciar minha mente fervilhante? é suficiente para acabar com toda essa dor e insatisfação internalizada após tantos "quase" que a vida sempre ofereceu? estou quase lá, preciso me decidir. posso ouvir o silêncio e piso mais fundo no acelerador. faço a curva e agradeço pelos motivos que me ajudaram escolher aguentar um pouco mais.  

até aqui.

 


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qualquer amor serve quando se nasce em um lar disfuncional e desorganizado. qualquer amor serve quando abusos são parte do seu cotidiano. qualquer amor serve quando qualquer queixa é vista como manifestação de ingratidão. qualquer amor serve quando se cresce tendo todos os sentimentos invalidados. qualquer amor serve quando o silêncio é a única opção possível de te proteger das agressões disfarçadas de ensinamentos. qualquer amor serve quando seu histórico é marcado por abandono e negligência. qualquer amor serve quando você não quer ficar a sós com seus próprios pensamentos. qualquer amor serve quando não se sabe do que você realmente precisa.  qualquer amor serve quando você acredita nas mentiras de finais felizes. qualquer amor serve até você mandar todos tomarem no centro da tarraqueta do cu.

in for túnel.


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não direi que o chão se abriu, pois o mesmo já nem existia. dizem que desgraça pouca é bobagem, por isso sinto que minha vida é uma avalanche atrás da outra e o que me resta são breves intervalos para recuperar o fôlego. eu já cheguei até cogitar que não sei ser feliz, estou sempre alerta para o próximo baque e isso não é pessimismo é só a minha realidade. talvez seja pra combinar com a minha áurea melancólica, que se agarra em qualquer bote de sofrimento. autossabotagem sempre foi uma especialidade da casa, mas parece que a cada fase eu me torno mais especialista no assunto. os alertas de gatilhos são convites irrecusáveis, mesmo sabendo que irei sentir a alma se despedaçar mais um pouco, eu aceito. será que é porque me sinto acolhida na desgraça alheia? àquela coisa de se sentir pertencente, mesmo que seja no clube-dos-fodidos-ponto-com. a barragem de fio de palha que segurava todas as minhas lágrimas foi rompida, não existe saco lacrimal que seja capaz de conter toda comitiva de sentimentos que me transbordam. é cansaço. é desilusão. é recomeço. é revolta. é desânimo. é saudade. é esperança. é amor. é ansiedade. é alegria. é vergonha. é inveja. é tédio. (é tantos outros que já deu pra entender, né mesmo?). não é a primeira constatação e nem será a última. enquanto houver fôlego irei seguir a trilha das desgraças existências e sei que não estarei só.

capítulo 2014.



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às vezes, devorar livros de romances fazem a gente pensar que o amor nunca será tão emocionante ou meloso para nós. os casais são improváveis, alguns clichês da moça destrambelhada que cativa o afeto do popular da escola ou então aquela amiga romanticamente invisível que traz um despertar ao coração do seu quase-irmão. 

eu já desejei incontáveis vezes viver algo assim. uma realidade que fugisse do padrão, que fizesse o coração saltear todas às vezes. vivenciei romances virtuais surreais de caóticos, porque eram fundamentados no campo das ideias (risos). mas a autossabotagem sempre chegava com o pé na porta. e eu que sempre gostei de sofrer, abraçava a oportunidade com todas as minhas forças. colecionando cacos de corações alheios, pois o meu já era apenas farelos. 

e um dia, após alguns matchs e muitos beijos-sem-compromisso: encontrei um rapaz. no ano que ganhou o título de pior-ano-possível. mostrando que nem sempre a luz no fim do túnel é um trem. claro que uma pessoa que suspira pessimismo e desesperança, vivi os meses seguintes no aguardo de mais um abandono pra conta (relaxa que a terapia tá em dia). eu só não contava que toda a reciprocidade recebida já tinha me convencido de que agora-é-diferente. e fiz a arriscada pergunta: me namora?

ela conta e age.




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estou há uma semana de iniciar um novo ciclo: a era dos 34 anos. 

durante alguns anos, no início da minha vida adulta, eu me questionava "como que cheguei nessa idade?"  "como eu tenho 23 anos e nenhuma estabilidade?". e parecia que a vida simplesmente tinha dado um salto no espaço-tempo, porque não era isso que a Fran de 11 anos idealizava. eu fui uma criança, adolescente e jovem adulta que acreditou em vários discursos, principalmente esse de que se você correr atrás você consegue. que é só trabalhar, deixar o lazer um pouco de lado, que você terá uma vida segura e próspera. ou então, é só você não atrasar e não sonegar o dízimo que Deus irá transbordar a sua horta. (EU NUNCA TIVE HORTA). ainda bem que o tempo passa e traz oportunidade de aprendizado para quem se permite aprender e foi isso que eu fiz: aprendi e entendi que todos esses discursos, para além de falsos, são perversos e professados por quem nada vale. 

hoje, no fim dos meus trinta-e-três anos, eu consigo mensurar todos os anos que já se foram e me ajudaram a chegar aqui. percebi que estabilidade tem mais a ver com não desistir do que com a constância. se eu já desisti? claro, incontáveis vezes! mas do que realmente importa, sigo persistindo (um dia de cada vez).

sei que iniciei esse ano com o objetivo de postar mais e isso é um pouco chato, mas nem sempre se dá para publicar nossos sentimentos.

a idade de Cristo me trouxe muitos aprendizados e o principal dele foi: tudo bem, amanhã a gente tenta novamente. e caso não haja amanhã, o possível foi feito hoje. 

nota: ré.

 



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e cá estou, colocando em prática uma resolução de ano de novo: voltar a transcrever meus sentimentos e soltar minha imaginação.

em algum momento do passado eu achei que tinha perdido o jeito com as palavras, talvez por me encontrar cercada por pessoas que escrevem muito bem e deixar que a comparação levasse embora algo que sempre me foi necessário: escrever. 

eu comecei o meu blog como um diário, quem tá aqui desde o início sabe bem do que estou falando. com o passar do tempo eu fui percebendo que dava pra transformar a realidade (paralela) em crônicas, diálogos, contos e teorias. por meses, quem esteve a frente dessas publicações era a Maria Elis (suspiros de saudades). não que eu tivesse vergonha das minhas publicações, mas parecia ser mais leve ser outra pessoa na hora de escrever, acho que as coisas saíam de um jeito mais sincero. quando o má-gramática surgiu, resolvi que iria deixar Maria descansar e assumir as rédeas que eu mesma havia criado.

se eu deixasse pra voltar somente quando tivesse um conto pronto isso não iria acontecer, é preciso voltar como tá. com linhas desordenadas e conjugações inventadas. tem coisa que não muda: como minha resistência com as letras maiúsculas e sempre começa com um ponto.



ato libertário.

 


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dizem que o fim dói, que o buraco que se abre em nossa alma jamais fechará e que melhor seria reatar. dizem também que é melhor ser só do que tá mal acompanhado. 

há quem darei ouvidos?

há cada rompimento fica mais complicado de acreditar que ainda podemos confiar, principalmente quando o rompimento se dá por  um abandono inusitado - ou talvez eu não tenha me atentado aos sinais. me cobram um respeito e consideração ao mesmo tempo que tratam como se não me conhecessem.  questionam a minha maturidade enquanto se comportam como crianças mimadas. me acusam de ir embora sem motivos quando na verdade estou sendo convidada a me retirar. como lidar?

sigo em frente, abrindo mão de tudo que me prende embaixo de uma opressão disfarçada de cuidado. não há instituição que se coloque acima da vida, principalmente da minha. 

aquela dos 30.



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aos trinta eu:

  • fiz novas amizades;
  • findei com algumas amizades;
  • marquei a data do meu casamento;
  • chorei com os orçamentos que recebi;
  • chorei sem motivo aparente;
  • chorei de saudade;
  • chorei com seriados e filmes;
  • chorei de emoção e alegria;
  • já disse que chorei?
  • voltei a fazer terapia;
  • comecei um tratamento com antidepressivos;
  • fechei com fornecedores que me ajudarão a ter o casamento dos sonhos;
  • aprendi coisas novas sobre meus amigos;
  • fiz um isolamento social porque o mundo foi acometido por uma pandemia;
  • cansei de assistir lives;
  • ouvi repetidamente alguns álbuns;
  • comprei muitos livros;
  • li 24 livros (até a data dessa postagem);
  • iniciei uma especialização;
  • me apaixonei ainda mais pelo Eric;
  • saí pra jantar com algumas amigas;
  • compartilhei as dores e alegrias da vida com pessoas gloriosas;
  • montei um 'bride squad' que aquece meu coração diariamente;
  • lecionei aulas de matemática por vídeo chamada e presencialmente;
  • comprei as primeiras coisas do nosso futuro lar;
  • comprei jogos de tabuleiro;
  • ganhei um celular novo;
  • ganhei um super Nintendo;
  • ganhei afeto e ombro pra chorar;
  • comecei a fazer skin care;
  • comprei minhas primeiras maquiagens;
  • fiz minha primeira compra no site da China;
  • aprendi a fazer vela aromática e ponto cruz;
  • cortei as unhas pra tocar ukulele;
  • experimentei os milagres do casamento;
  • comemorei novas conquistas dos amigos;
  • orei pela cura e renovação dos meus amados;
  • eu percebi que a vida ainda tem muito pra ser vivida;
  • compartilhei o momento de devocional durante o café da manhã;
  • fiz chamadas de vídeo que alimentaram a minha alma;
  • recebi abraços que me trouxeram cura;
  • vivenciei o cuidado e amor de Deus diariamente.

o silêncio das estrelas.


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eu olho para esse feed e me pergunto onde foi que as coisas desandaram, mas acho que seria válido perguntar quando é que isso foi acontecendo. onde será que estava a minha mente e os meus olhos? talvez as demasiadas preocupações com o por vir me impediram de cuidar do que já tinha vindo.

sei que as pessoas vão fazer o mesmo questionamento, porém não quero me desgastar respondendo ninguém além da minha alma. ainda estou no processo de aceitar os fatos, de juntar os cacos.

assumir o fim não é cancelar o começo. 

houve um tempo em que acreditamos e trabalhamos para que durasse até o último fôlego de vida; que o brilho dos olhos transparecia todo afeto que corria por nossas veias; onde a esperança nocauteava o receio do desconhecido e que não havia discussão sem uma verdadeira reconciliação.

escrevemos uma bela história e agora estamos devolvendo o livro, as páginas em branco logo em breve serão amareladas pelo tempo e o que sobrará serão apenas memórias com aprendizado.


codinome sem flor.



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os dias são de saudade, conspirando a favor da nostalgia que preenche todo o nosso interior. são dias que lixam tanto o nosso ser que ficamos completamente sensíveis e à flor da pele. não é possível conter as lágrimas que caem - mesmo quando não encontramos uma razão plausível para elas -, pois elas possuem um fluxo que é conduzido pela solidão de tais dias. qualquer coisa é muito, menos o otimismo. esse tá tão fraco que sua extinção já alcançou alguns de nós. parece que os dias estão sugando nossas energias e palavras, porque o sentimento que nos consome é sem nome.

pré-cipício.



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dizem que tudo isso vai passar, 
mas quem tá passada sou eu.

um dedo de prosa. [77]



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Ela: eu amo você, sabia?
Ela: sabia. eu também te amo.
Ela: muito?
Ela: sim!
Ela: muito quanto?
Ela: uns 100%

inês, parada.



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a gente demorou trinta e seis dias para se encontrar pela primeira vez. porque é preciso um tempo hábil para stalkear a pessoa com quem estamos conversando. mais alguns dias e o primeiro beijo também estava liberado. 
parecia os jogos que tenho no celular, em que é preciso uma vivência para desbloquear novos níveis. foram quase 4 meses até alcançar um nível de compromisso chamado: namoro. 38 meses + uma semana + 2 dias depois estamos na etapa: noivado. ao olhar alheio essa etapa precisa durar somente alguns meses, por mera formalidade. porém, estávamos sem pressa. queríamos planejar minunciosamente os ajustes, principalmente na nossa mente. 
um atalho não previsto apareceu e a gente se viu compartilhando o mesmo teto e a mesma cama. repartindo os serviços domésticos e testando várias receitas. ainda estamos num fase beta, com direito a vários bugs e premiações extras. e a cada circuito realizado, tenho certeza de que encontrei o companheiro certo.

alô, teste.



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ei, como foi?
conseguiu realizar as coisas? 
foi no cinema?
quantos livros te levaram para viajar?
concluiu os estudos?
tentou quantas vezes antes de desistir?
bateu desânimo? 
aproveitou as oportunidades para chorar?
compartilhou seus sentimentos? 
alguma enfermidade física ou sentimental? 
tem conversado com Deus?
maratonou alguma novidade?
deu pra manter o diário em dia?
agradeceu?

<volte em doze meses>

ato mil dezenove.




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chegamos mais uma vez ao fim, 
mesmo sem saber o que será de mim.

porém, a vida é assim,
ainda bem que toda dor se calará enfim.



daquela conversa. /7



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'obrigada por vir' 'parecia urgente' 'sempre é, mesmo não sendo' 'em que posso ajudar?' 'não quero ajuda' 'e quer o que?' 'falar' 'poderia ter sido por e-mail' 'não teria a mesma entonação' 'desde quando você se importa?' 'não me importo' 'e o que fazemos aqui?' 'estou tentando coisas novas' 'mas eu sou passado' 'quando poderei falar?' 'pensei que já tivesse começado' 'parece que sim' 'continue' 'desde que você se foi, as relações se tornaram volúveis' 'então, eu era a tampa do boeiro?' 'você era a estabilidade que eu gostava de ter' 'mas deixou de gostar' 'eu só deixei de precisar' 'mas quer de volta' 'sim, mas sem você' 'se torne uma peneira então' 'pra segurar o que for bom?' 'pra segurar o que quiser' 'como faço?' 'não sou seu protótipo'.