brincadeira de criança.



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e lá vamos nós, ou não.
mãos grandes? avance 5 casas. não gosta de cinema? volte 6 casas. sabe cantar? pule mais 5 casas pra frete. escreve errado? volte pro começo do jogo e vá estudar!. sabe dançar? avance mais 7 casas. não gosta de café? volte 15 casas. tem barba? já tá na metade do caminho!. enche a cara igual uma porca? volte pro começo do jogo e procure o AA. é alto? adiante-se mais 7 casas.  não gosta de ler? volte 15 casas. toca algum instrumento? avance mais 13 casas!. sabe desenhar? pode pular mais 7 casas. tem preguiça de viajar? tá eliminado do jogo. hálito de maçã? mais 5 casas adiante. não tem atitude? nem no jogo entrou. sabe abraçar? pode ir pro final do jogo. sorriso maroto e branco? jogo quase ganho. frequenta micareta? volte 13 casas. tá sempre cheiroso? dácá um abraço e avance mais 13 casas!. é escritor-amador-profissional? bora marcar a data do casamento!. 

há manhã.



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é hora de ir pra cama, mas Anita não perde a vontade de escrever.
 há cerca de seis anos e alguns meses-não-lembrados ela conheceu Antônio e desde então ela lhe remete cartas com várias páginas. o encontro aconteceu enquanto ela esperava o chá e ele ocupava a única mesa com cadeira sobrando, ela se aproximou e sentou, sem cerimônia ou educação. Antônio morava há três cidades de Anita e ainda sim só a encontrava depois de trinta cartas trocadas, pois fazia parte do acordo que eles assinaram logo no primeiro encontro. Antônio não queria mulher alguma na sua porta e muito menos na sua cama, dizia que seu quarto era o seu santuário e seu reino. Anita não curtia andar de mãos dadas e nem queria gente lhe olhando antes mesmo dela conferir o bafo matinal. o relacionamento não sobrevivia, ele acontecia. o amor só foi ser percebido depois da centésima-nona carta, quando Anita ao invés de escrever sete páginas - como de costume -, só escreveu o nome dela junto com o de Antônio e fez um coração. ao abrir o envelope, Antônio sorriu com os olhos e fez algo proibido, ao ligar pra ela e cantarolar uma música de ninar - é, ligações também eram vetadas, não queriam a frustração de nenhuma ligação perdida ou então perder a hora do sono porque o outro havia esquecido de ligar.
 seguiam suas próprias regras, não ultrapassavam seus limites, obedeciam cegamente o fluxo do sucesso, até que o telefone de Anita tocou às 23:59 e uma voz do outro lado disse:
- o amanhã vem aí e quero que você venha junto.
Anita parou de escrever, rasgou as que já tinha escrito e desligou.
(...)

um dedo de prosa [63]



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Ele: não quer saber se nanei bom?
Ela: já sei que não.
Ele: por que?
Ela: porque eu não estava lá.
(risos)

errata.




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quero acreditar fielmente que o que estou sentindo por você é de verdade. que não é só um capricho do meu ego orgulhoso. te quero de volta, porque gosto de ser par com você. seus carinhos alcançam minha alma e acalmam meu espírito. seu olhar faz eu me sentir amada e desejada. suas palavras ultrapassam a barreira do ego e me tocam o coração, a ponto de me fazer desistir da pluralidade pra me tornar singular. não quero desistir antes de ter certeza de que não dependeu só de mim. não quero olhar pra trás e perceber que o a palavra final foi dada pelo ego. me perdoe o desjeito com o português, é o que o ódio tem um vocabulário mais recheado que o amor. tô tão acostumada a inventar sentimento, que quando é pra falar de mim mesma, na vera e real, eu perco a voz e a consciência. mas tô tentando me tornar melhor nesse quesito, só preciso praticar mais. 

amo você e seu nariz grande.

a+r.



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abraçar e soltar.
amar e não se deixar apegar.
disponibilizar para a primeira pessoa que quiser levar.


um dedo de prosa. [62]



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Ela: alguma coisa mudou.
Ele: por que?
Ela: você não era assim.
Ele: prefere assado?
(risos)