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em algumas semanas estarei fechando o ciclo dos vinte quatro anos e vou confessar que até hoje a ficha não caiu. me sinto presa no tempo e ao mesmo tempo com uma bagagem de histórias bem pesadinha. talvez seja porque aos doze anos eu me imaginava uma adulta como minha tia caçula, que já morava sozinha e fazia coisas diferentes das que faço hoje.
sinto que em algumas semanas a cobrança infernal por um relacionamento amoroso irá aumentar, porque ninguém tem mais o direito de só beijar na boca e fim. é claro que eu quero um romance mamão-com-açúcar, mas eu passei quase que o ano todo querendo uma mesma pessoa que ainda não tô sabendo escolher outra, deixar a catraca girar ou qualquer coisa semelhante. melhor do que ter uma boca pra beijar, é ter braços pra me apertar e orelhas preu acariciar - mas não é esse o assunto de agora.
minha avó não cansa de me cobrar um emprego com horário pra entrar, sair, comer e ir no banheiro. e sei que essa cobrança só tende a pesar mais ainda no meu saco-sem-paciência. pensando bem, às vezes até eu me cobro isso, não do mesmo jeito que ela, me cobro não ter uma profissão definida. gosto de lecionar, mas preciso de um diploma de licenciatura e não tenho feito muito pra conseguir. quem sabe depois do sisu? quem sabe depois que eu fugir pro nordeste?
não invejo quem já tem a sua vida toda traçada, objetivos alcançados e casa própria. diferente do que pensam as minhas tias, eu nunca fui muito de seguir o fluxo. não tenho pressa em me estabilizar, porque isso me traz a sensação de que ficarei presa. quero a liberdade de dormir e acordar em lugares diferentes, mas antes eu preciso me desapegar.
acho que tô vivendo aquele inferno astral antes de completar mais um ano de vida. aceitando que a vida pode ser maravilhosamente diferente daquilo que planejo.
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