ato cem e dez.



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minhas últimas paixões moram longe, tão longe que me fazem pensar que foi melhor assim. aprendi a cultivar saudade desde cedo e desde então minha plantação só faz aumentar a cada dia. não sei lidar com amores ou paixões que estejam há alguns minutos no busão ou bicicleta. passei tanto tempo ocultando meus sentimentos que às vezes penso que eles de fato não existem, quem é que sabe? eu confesso ter uma lista de preferências e a principal delas é: morar longe. fora do meu alcance, para evitar que de uma forma ou outra eu meta os pés pelas mãos. 
eu passei muito tempo gostando de mim que esqueci de como é gostar e cuidar do outro, pior do que isso é achar que ninguém nunca saberá gostar ou cuidar de mim como eu acho que mereço. mas o que eu mereço se nada tenho pra oferecer? relacionamentos precisam ser vias de mão dupla, mas a minha estrada tem sido cada dia mais uma via de mão única pra solidão. 

2 comentários:

Gabriela Castro disse...

Dizem que quando a gente aprende a ser feliz sozinho, estamos prontos para ser feliz com o outro. Talvez o caminho seja esse mesmo: cuidar de si, sempre. Beijos

Unknown disse...

Saudades de ler teus textos, flor (solitária).