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essa mania de querer que tudo dure pra sempre sempre tira a graça de alguns acontecimentos, e ainda traz de bônus uma bagagem de mão chamada: decepção.
quando encontramos uma música que nos transporta para um mundo paralelo a gente não quer que ela chegue ao fim, colocamos no repete com a esperança de estender ao máximo nossa viagem. o mesmo acontece com os livros, a gente devora os primeiros capítulos e quando as últimas páginas se aproximam o coração já começa a sentir o vazio que a última palavra vai deixar. daí a gente volta e reler o livro tantas vezes ao ponto de decorarmos todas as frases. fazemos o mesmo com as roupas favoritas, os sapatos mais confortáveis, a bolsa que já contém tudo que precisamos, e tantas outras coisas. até ai tudo bem, tudo legal e aceitável. qual o problema em querer prolongar as coisas? realmente nenhum.
a decepção vem quando tentamos fazer isso com nossos relacionamentos pessoais. conhecemos alguém e queremos que ela seja pra sempre. queremos um relacionamento perfeito, que se encaixe nos padrões fifa de felicidade. nos apaixonamos pelo conjunto de qualidades e defeitos rezando pra paixão nunca passar. queremos sentir os rins sorrirem todas vezes que o celular vibrar na madrugada com uma sms ou então nos surpreender com uma ligação matinal e não queremos isso por pouco tempo ou por quanto tempo durar. temos pressa em querer o pra sempre e esquecemos que ele é feito com momentos do hoje e não do amanhã.