feliz pra cachorro.




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você já sentiu uma alegria invadir o seu corpo de forma tão avassaladora que foi capaz de derrubar todos os muros de concretos chamados: mas.? já sentiu suas bochechas doerem e ainda sim não conseguir colocá-las no jeito convencional de sempre? já sorriu tão abertamente que sentiu os lábios racharem por causa da largura de seu sorriso? já se sentiu um ganhador de mega sena e ao invés de dinheiros tu ganhou coleções de motivos pra sorrir? tu já sentiu o alívio quié deixar os pré requisitos de lado e só carregar o peso da felicidade no lugar? já guardou as preocupações futuras no baú e foi dançar com o otimismo do hoje? sabe quando seu sorriso troca de remetente?

guerra fria.




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a idealização vem de berço, impregnada com nosso DNA e talvez seja por isso que sofremos tantas decepções nesse mar de vida. ela alcança todos os patamares e andares de nossas vidas, não há quem possa se salvar. 
cada decepção causa um arranhão em nossa alma, que com o passar dos dias são transformados em cascas e naturalmente se tornam meras cicatrizes de batalha. o problema é que uma cicatriz se cicatriza em cima de outra e daí a pele fica fraca e se rasga novamente. são tantos ferimentos que chega um momento em que eles deixam de causar dor, nos anestesiamos de tal forma que nenhum sentimento é sentido mais. os prazeres se tornam meras atividades automáticas. os desejos são apenas fonte de energia solar, pra queimar nosso espírito com remorsos. 
a tendência sempre é piorar, piora tanto que a gente enxerga tudo como uma forma de crescimento. a gente cresce e não aparece, porque a cada queda somos levados a usar armaduras de desculpas, escudos de preconceitos, lanças de preocupações futuras e capacetes de caramiolas.